segunda-feira, agosto 17, 2009

Um passo por vez

Eu achei que tinhamos perdido o contato e ele surgiu e disse:
- Estás querendo apressar novamente o curso do rio?
- Como assim?
- Tua ansiedade de viver um grande amor te faz dar passos rápidos e a tropeçar e cair, lembras de que já o fizestes várias vezes? Os arranhões e cicatrizes a ti nada ensinaram?
- É que eu sinto e me entrego...
- Será que sentes mesmo ou é apenas criação de alguém que quer fugir das circunstâncias ao seu redor?
- Fugir? Será? Mas me considero tão aberta pra compreender...
- Por vezes compreendes e ajudas aos que estão ao teu redor e esqueces de perceber o que está a acontecer em tua própria vida.
- Mas se não percebo por que fugiria?
- Temos mais meios de percepção do que imaginas, teu ser percebe mas teu corpo não quer vivenciar as conseqüências de tal fato.
- Mas no que implica isso quanto ao amor?
- Há fatos que devem ser lentamente vivenciados. Para que os caminhos se façam lentamente, como deve ser, e possas ver com clareza as opções que terás.
- Opções? Escolher?
- A vida está nos ofertando escolhas a todo instante, mas temos de estar numa velocidade ideal para que as possamos ver. Exemplifico: se estás numa rua e pretendes virar em uma outra que procuras, como vai ser melhor - que estejas a uma alta velocidade ou que venhas devagar?
- Para poder ver bem qual a rua vou entrar tenho de estar mais devagar...
- Então por que te apressas? Anda simplesmente...deixa estar. Há tantas situações a se apresentar e suspresas que nem podes imaginar. Apenas sejas mais paciente e observadora.
- Se assim vai ser melhor, posso tentar.